ufrpe.br FlexQuest

Como Waze e outros apps mudam a relação com o trânsito

Depois de uma completa mudança de vida aos 50, Andrea Medina não pretende mais trocar de profissão. A transformação começou quando ela voltou do Rio de Janeiro para Porto Alegre e se viu sem emprego e renda. Acostumada a cuidar de crianças, passou a cuidar dos passageiros que transporta. Sem nunca ter utilizado GPS antes de trabalhar como motorista de aplicativo, ela teve avaliação máxima da empresa em que atua após um ano.

“Depois de meses desempregada, aluguei um carro, instalei o aplicativo e comecei a dirigir conhecendo pouco da cidade”, disse. A condutora admite que é dependente do GPS, utilizando o Google Maps diariamente, mas pretende instalar também o Waze. “Nos horários de pico o GPS é fundamental porque ele te indica as melhores ruas a serem percorridas por dentro dos bairros e te faz evitar congestionamentos”.

Mesmo sem ainda utilizar o Waze, Andrea sabe que um colega que trabalha como motorista dos apps encontrará, às 18h de qualquer dia da semana, aproximadamente 7 mil Wazers e mais de 500 alertas próximos no bairro Bom Fim de Porto Alegre. Além de mostrar os pontos de fluxo mais carregados, pipocam na tela do celular avisos sobre buracos na região e anúncios. Endereços de postos de gasolina, localização de médicos, um motel, drive-thrus e um sushi conceituado são acessíveis a um clique. Basta acessar o logo do estabelecimento e seguir o percurso sugerido até o restaurante escolhido pelo passageiro. 

Mais tarde, ao voltar para casa ao final da jornada de 12h, o motorista que usa o aplicativo Waze nem precisa escrever qualquer endereço, já que esse está salvo no sistema. Com o lema “vamos vencer o trânsito juntos”, o Waze “indica a melhor rota com ajuda de outros motoristas”, segundo a definição da empresa. Para melhorar o seu desempenho, companhia israelense comprada por 1,3 bilhão de dólares pela Google, tem parcerias com mais de 70 cidades brasileiras. O acordo permite que as prefeituras ajudem o motorista com a inserção de bloqueios programados de vias. 

Com funcionalidade diferente, mas convergente, a chinesa Didi, detentora da 99, chegou com um novo produto em Porto Alegre. Ao atender um chamamento público da Prefeitura realizado em 2017, a gigante de tecnologia inovou ao criar um mapa que mostra os pontos críticos de trafegabilidade da cidade com base na movimentação dos carros que já trabalham para a empresa.

https://www.correiodopovo.com.br/especial/como-waze-e-outros-apps-mudam-a-relação-com-o-trânsito-1.374760

Video: