Desenvolvimento de protetores solares a base de produtos naturais
A exposição da pele aos raios solares é considerada um dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pele, que está entre as neoplasias com maior taxa de incidência no mundo. Além disso, o aumento do aquecimento global vem promovendo a destruição da camada de ozônio, que é barreira protetora contra os raios solares de potencial carcinogênico. Estes fatos evidenciam que é necessário que a população faça uso diário de protetores e filtros solares, no qual diversos estudos demonstram que uso dessas substâncias são capazes de reduzir em até 40% o risco de desenvolvimento de carcinomas espinocelulares (CEC) e 50% dos melanomas. Neste sentido, as substâncias derivadas de produtos naturais são consideradas fontes de moléculas bioativas, havendo o descobrimento de uma variedade de metabólitos com promissoras atividades fotoprotetoras. Sendo assim, o objetivo dessa revisão é investigar como vem sendo feito o desenvolvimento de novos protetores e filtros solares, avaliando quais são as principais fontes de compostos ativos utilizadas na produção destes produtos. Para isto, foi feito um levantamento de artigos publicados entre os anos de 2015 a 2019 que tratassem sobre o desenvolvimento de novos protetores e filtros solares, sendo selecionado cerca de 31 artigos que tratassem diretamente da temática abordada. Dos 31 artigos publicados, 24 utilizaram algum produto de origem natural como principal componente para atividade fotoprotetora, havendo apenas um estudo realizado com uma fonte de origem microbiana e um estudo realizado com compostos de obtidos de fontes marinhas, enquanto que outros trabalhos utilizaram extratos ou compostos isolados de plantas medicinais. A grande maioria dos compostos obtidos a partir de plantas medicinais fazem parte da classes dos flavonóides que são um grupo de metabólitos secundários que apresentam anéis aromáticos com substituintes doadores de elétrons em sua composição. No qual um estudo publicado por Flor e colaboradores (2007) explica que compostos aromáticos que possuem grupos doadores de elétrons na posição para ou orto, são capazes de absorver a radição UV e concertê-la em forma de calor ao retornarem ao estágio de menor energia, minizando a formação de radicais livres que são responsáveis por promover o câncer de pele. Estes resultados mostram que as plantas medicinais vêm sendo consideradas como as melhores alternativas para o desenvolvimento de novos protetores e filtro solares ou até mesmo podem ser utilizadas para o melhoramento da formulação de produtos já existentes no mercado.