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Técnica de dessalinização

A dessalinização é um processo físico-químico de tratamento de água que retira o excesso de sais minerais, micro-organismos e outras partículas sólidas presentes na água salgada e na água salobra, com a finalidade de obter água potável para consumo.

A dessalinização pode ser realizada por meio de dois métodos convencionais: a destilação térmica ou a osmose reversa. A destilação térmica procura imitar o ciclo natural da chuva. Através de energia fóssil ou solar, a água em estado líquido é aquecida – o processo de evaporação transforma a água de estado líquido para gasoso e as partículas sólidas ficam retidas, enquanto o vapor d’água é captado pelo sistema de resfriamento. Ao ser submetido a temperaturas mais baixas, o vapor d’água se condensa, retornando ao estado líquido.

Já a osmose reversa procura fazer o processo contrário ao fenômeno natural da osmose. Na natureza, a osmose é o deslocamento de um fluído através de uma membrana semipermeável, no sentido do meio menos concentrado para o mais concentrado, buscando o equilíbrio entre os dois fluidos. A osmose reversa exige um sistema de bombeamento capaz de exercer pressão superior à encontrada na natureza, para vencer o sentido natural do fluxo. Dessa forma, a água salgada ou salobra, que é o meio mais concentrado, se desloca no sentido do menos concentrado. A membrana semipermeável permite somente a passagem de líquidos, retendo partículas sólidas.

Israel é um dos pioneiros na utilização da técnica de dessalinização por osmose reversa. A água do mar, de aquíferos e até de esgoto são submetidas ao processo de dessalinização, o que as tornam potáveis e, portanto, próprias para o consumo.

Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) publicou, em seu relatório sobre dessalinização e energias renováveis (Water Desalination Using Renewable Energy), que a dessalinização é a maior fonte de água para saciar a sede humana e irrigação no Oriente Médio, Norte da África e em algumas ilhas do Caribe. Segundo informação disponível no site da International Desalination Assossiation (IDA), mais de 300 milhões de pessoas são abastecidas diariamente por meio da dessalinização no mundo.

ONU levanta em seu relatório sobre água e energia que a dessalinização e o bombeamento da água dessalinizada traz melhorias para determinadas regiões, mas aponta a inviabilidade dessa tecnologia em áreas mais pobres, principalmente para o uso hídrico em larga escala, como na agricultura e em casos onde o local está muito distante da unidade de dessalinização. O principal empecilho é que, tanto o processo dessalinização, quanto o bombeamento para uma região muito distante, requerem muita energia para operarem, tornando o método não indicado para estas situações.

A Irena aponta que, além do alto custo energético do processo, a dessalinização geralmente utiliza energia fóssil como fonte, que não é sustentável, apresenta frequente alterações de preço e é difícil de ser transportada. A organização também defende que a medida em que fontes de energia renovável forem se tornando mais baratas, estas devam ser aplicadas. A utilização da energia solar e a recuperação da energia a partir das águas residuais são alternativas indicadas tanto pela ONU quanto pela Irena para diminuir os custos da dessalinização. Outras fontes de energia apropriadas seriam a eólica e a geotérmica.

Fonte:https://www.tratamentodeagua.com.br/do-mar-para-o-copo-entenda-como-ocorre-o-processo-de-dessalinizacao-da-agua/

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