Hipocondríacos ou Dependentes de remédios?
Você conhece alguém que já tenha recorrido a remédios tranquilizantes ao se deparar com uma situação de ansiedade, como uma prova ou uma viagem de avião? Ou, ainda, se automedicou com aquele comprimido “infalível para dor de cabeça ou dores no corpo”? Se a resposta for sim, atenção: é preciso ficar alertar ao uso abusivo de medicações, elas pode levar à hipocondria ou à dependência de remédios.
Medicações derivadas de anfetaminas, como os estimulantes, e os sedativos como calmantes e tranquilizantes precisam ter seu uso controlado, pois causam dependência. Sobre a hipocondria, apesar de não ser considerado um caso de dependência, pode trazer danos à saúde, explicou o o psiquiatra Deyvis Rocha.
– Quais as medicações que causam dependência?
Primeiramente, é preciso esclarecer que são considerados dependentes de remédios pessoas que abusam de medicações derivadas de anfetaminas (estimulantes) e de sedativos (calmantes, tranquilizantes).
Apesar de maior restrição quanto à prescrição, os estimulantes são os remédios mais usados de maneira abusiva.
Os sedativos são medicações livremente prescritos pelos médicos. Entre eles estão Diazepam, Lexotan e Rivotril.
– Como identificar um hipocondríaco?
Medicação para dor, ou seja, os analgésicos, além de anti-inflamatórios, não causam dependência. A pessoa que abusa desse tipo de medicação é hipocondríaca. Essas pessoas têm receio de ficarem doentes ou sempre pensam que estão.
O hipocondríaco tende a hipervalorizar a dor. Uma coceira ou dor de cabeça, por exemplo, viram doenças graves mesmo sem terem sido diagnosticadas. Passam a tomar várias medicações e procuram o médico com constância sem motivo aparente.
Se automedicar com remédios sem prescrição pode levar o hipocondríaco à intoxicação. Dessa maneira, apesar de a hipocondria não ser considerada dependência e nem doença, dependendo do remédio ingerido de forma abusiva, pode levar essas pessoas a terem mal-estar gástrico, dores de cabeça, sonolência excessiva, baixa de pressão, agitação psicomotora e até úlcera. Isso com o uso de medicamentos que qualquer um tem em casa como a dipirona sódica, geralmente utilizada como analgésico e antitérmico.
– O que caracteriza a dependência? Como identificar se uma pessoa é dependente de remédios?
Aumento da dose: O paciente adquire um grau de tolerância à substância – isso vale também para álcool e nicotina, além de medicação -, mas ao passar do tempo não há mais resultados com aquela dose. Sente a necessidade de aumentá-la para ter a mesma sensação que o remédio lhe proporcionava antes.
Mudança de comportamento: A pessoa vai direcionar seus objetivos para conseguir mais vezes a substância. Deixa de fazer coisas importantes, como ver a família, se divertir, passa a investir seus recursos para não faltar o remédio, deixa de se preocupar com o mal que está fazendo para seu organismo e que pode sofrer consequências psicológicas. De fato, a vida da pessoa passa a ser controlada pelo empenho em adquirir e usar com maior frequência a substância. Pode, inclusive, procurar o médico para conseguir mais receitas. No caso da negação do médico, o paciente vai procurar alternativas, como pedir receitas para amigos e conhecidos profissionais de saúde.
Abstinência: Quando a pessoa deixa de usar, passa a ter reações físicas pela falta da substância que, de alguma forma, já é necessária para o corpo.
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