Remédio para todos os males(panacea)
Pouco depois do ácido salicílico ter sido sintetizado no século XIX tornou-se uma panaceia, um medicamento capaz de tratar todos os males – escarlatina, difteria, sarampo, cólera, raiva e antrax.
“Se pensarmos que uma das principais queixas que leva os doentes a uma farmácia ou a uma consulta médica é precisamente a dor (independentemente da origem), percebemos porque motivo se difundiu tanto o uso da Aspirina, numa altura em que não havia muitas opções terapêuticas”, explica Bruno Sepodes, professor de Farmacologia e Farmacoterapia na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
As campanhas de marketing na altura ajudaram a difundir a ideia de que a Aspirina serviria para quase tudo. “[A Aspirina] representou muito provavelmente o início do chamado marketing farmacêutico, com algumas das mais agressivas campanhas publicitárias de que há memória, campanhas estas que são uma referência histórica importante no que respeita à aproximação da indústria farmacêutica à sociedade”, refere o professor.