Contexto
“Hoje é fácil acender o fogão: gira-se um botão para o gás sair, aperta-se outro botão para produzir uma faísca, e o fogo está aceso. Naquele tempo era complicado fazer fogo. Exigia um longo preparo e uma arte delicada. Primeiro, era preciso catar lenha no mato. Ainda hoje, nas regiões mais pobres do Brasil, a gente pode ver as mulheres levando feixes de lenha equilibrados miraculosamente em suas cabeças. Era preciso ter achas grossas de lenha, para o fogo que fica queimando, e gravetos pequenos, para o foguinho inicial de curta duração, necessário para acender as achas grossas. A arte começava na forma de traçar os paus grossos com os gravetos. Fósforos já havia. A gente risca o fósforo sem pensar. Paus de fósforo deveriam ser objeto de estudo, nas escolas. Já pensei mesmo em oferecer um curso sobre a história do pau de fósforo, história que começa quando um ancestral nosso pegou, pela primeira vez, um pau que um raio incendiara. Num pau de fósforo está resumida a luta dos homens, através dos milênios, para dominar o fogo.”(ALVES, 2003, p.23)
com o fogo fazemos nosso