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Eliminação dos Focos de Transmissores de Arboviroses

Pesquisadores preveem outra epidemia de arboviroses e alertam população para eliminar focos de reprodução do Aedes aegypti Epidemias tendem a ocorrer em um intervalo de três ou quatro anos, de acordo com pesquisadores. Pernambuco teve 272 casos de microcefalia em 2015 e dez em 2018.

                                                                                                                                                             Por Beatriz Castro, TV Globo

                                                                                                                                            12/11/2018 21h41  Atualizado há 2 meses

 

Três anos após a epidemia do vírus da zika, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, tem reduzido o número de vítimas ano a ano em Pernambuco. Apesar disso, os pesquisadores preveem uma nova epidemia de arboviroses e alertam para que a população elimine os focos em que o vetor, que também transmite dengue e chikungunya, se reproduz. (Veja vídeo acima)

Em 2015, na época mais grave da microcefalia, foram registrados 272 casos no estado. Em 2018, o número caiu para dez, mas todos os casos confirmados foram de crianças que nasceram entre 2015 e 2017. "O número de casos está menor, mas ainda continuamos a ter casos, numa proporção menor. Baixar a guarda, em relação à proteção individual, não deve acontecer. Ela [a mulher] deve usar repelente, proteger as extremidades, evitar ambientes que estão com muitos mosquitos. Isso deve ser mantido", explica Angela Rocha, chefe do setor de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz.

A principal preocupação é com as mulheres grávidas. As gestantes que apresentam os sintomas da zika na gestação são monitoradas. Em Pernambuco, nove mulheres estão sendo acompanhadas pelos serviços de saúde por terem desenvolvido algum sintoma da zika. O Aedes aegypti aproveita o verão para se reproduzir. Ele se beneficia da combinação do calor com a umidade e, por isso, pesquisadores alertam que uma nova epidemia de zika, dengue ou chikungunya pode chegar.

Segundo o gerente de vigilância ambiental e controle de zoonoses do Recife, Jurandir Almeida, algumas épocas do ano têm uma baixa no número de casos e isso dá a impressão de que se pode relaxar nos cuidados para evitar a presença do mosquito. "A gente vive neste esforço, de não deixar, porque o momento de baixa infestação é o melhor momento para que a gente combata e não quando vira uma epidemia e a gente tem uma infestação alta", afirma.

Ainda segundo Carlos Brito, a prevenção é o melhor remédio. "A gente precisa aprender a combater o vetor, tentar eliminar de forma efetiva o vetor. Isso inclui melhorar a condição de vida da população, combater o vetor no domicílio e os profissionais se prepararem para enfrentar essas epidemias", diz.

Segundo Carlos Brito, professor de clínica médica e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), as epidemias tendem a ocorrer em um intervalo de três ou quatro anos e, em Pernambuco, há uma condição ideal para a volta do aumento nos casos.

"As causas não foram combatidas. Os testes mostram que o vetor está em grande quantidade no domicílio das pessoas e que as pessoas estão suscetíveis a desenvolver a doença, porque ainda não entraram em contato com o vírus. Então, esse risco é real", afirma o médico.

Os bairros pobres, sem saneamento básico, são os mais vulneráveis para a proliferação do Aedes aegypti e a consequente transmissão da zika. No Recife, outro agravante é a falta d'água, que leva ao armazenamento inadequado. Os reservatórios e baldes com água parada servem como uma "maternidade" para os mosquitos.

Fonte: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2018/11/12/pesquisadores-prev...

 

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