Tratamento químico contra efluentes das indústrias, nos rios e nos esgotos
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos desenvolveram um método de tratamento de poluentes invisíveis encontrados nas águas de rios, liberados por fábricas que utilizam plástico na produção. A base do processo é a aplicação de cargas elétricas nas substâncias contaminantes, como o dimetil ftalato, que pode estar associada a ocorrência de câncer e também à desregulação hormonal. Os pesquisadores têm planos de aplicar o método também nos solos.
Atualmente a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) não monitora essa substância na água, pois ela não faz parte dos parâmetros da legislação ambiental. A companhia faz um levantamento do índice de qualidade com outros parâmetros. Em 2012, por exemplo, 16% dos pontos analisados foram considerados ruins ou péssimos.
Os testes com o método foram feitos em escala de bancada e em planta piloto, com pequenos volumes de efluentes no tratamento. O sistema apresentou eficiência de 100% e mostrou ser viável mesmo quando são aplicadas cargas elétricas de baixa intensidade.
“As reações eletroquímicas vão ocorrer e as moléculas serão quebradas e totalmente eliminadas da solução. É um tratamento bastante eficaz, que remove totalmente o contaminante”, afirmou a pesquisadora.
A pesquisa já foi publicada e o próximo passo é buscar parcerias com empresas que produzem plásticos e outros materiais. “A ideia é fazer a transformação do resíduo dessas indústrias em um estudo eletroquímico e ver se o método é também eficiente em vários tipos de indústrias”, revelou Fernanda.
Para ajudar na descontaminação dos rios, a química Fernanda de Lourdes Souza do Instituto de Química da USP de São Carlos (IQSC) desenvolveu projeto de doutorado sobre o método de degradação do ftalato (encontrado em plásticos como o PVC) com o uso de cargas elétricas e radiação ultravioleta.
Meio ambiente
Um exemplo dos prejuízos desses contaminantes para o meio ambiente está na vida dos peixes. Já existem pesquisas que mostram mudança na sexualidade desses animais. A responsável pelo controle de resíduos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a pesquisadora Ana Marta Machado, afirmou que o poluente é motivo de preocupação. “Causa redução na fertilidade dos peixes, mamíferos e aves. Além da contaminação do solo”, disse.
Segundo Ana, a substância também é perigosa para a nossa saúde, pois é cancerígena e o problema tende a aumentar em função da grande quantidade que é fabricada e da vasta utilização dos plásticos hoje em dia. Todo esse material, consequentemente, chega ao meio ambiente sem nenhum tratamento.
Tratamento de efluentes
Fernanda destacou que no Brasil não existe uma legislação específica que determine a remoção dos ésteres de ftalatos. Por isso, não é possível saber o nível dessas substâncias nas águas, o que torna tudo ainda mais perigoso. Entretanto, é possível que dentro de alguns anos se estabeleçam limites para a contaminação, como acontece atualmente na Europa.
Após a pesquisa ter comprovado a eficácia do processo de tratamento, Fernanda apontou que a ideia é que os métodos eletroquímicos venham a ser utilizados no tratamento de efluentes das indústrias. "As empresas que utilizam ésteres de ftalatos, como fábricas de plásticos ou tintas, poderiam implantar o sistema. Outra aplicação seria no tratamento das águas de rios ou de esgotos", explicou.
Cetesb
Atualmente a Cetesb não monitora essa substância na água, pois ela não faz parte dos parâmetros da legislação ambiental. A companhia faz um levantamento do índice de qualidade com outros parâmetros. Em 2012, por exemplo, 16% dos pontos analisados foram considerados ruins ou péssimos.
Fonte de pesquisa: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2013/06/usp-desenvolve-...
Fonte da imagem: https://www.civico.com/lugar/sayt-soluciones-ambientales-y-tecnicas-bogota/